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Diabetes gestacional: respostas a dez perguntas essenciais

  

6mins para ler Jan 11, 2017

Diabetes gestacional é um termo bastante difundido entre as grávidas e que tem como principais sintomas a sede excessiva, perda de massa muscular e aumento da frequência de idas ao banheiro para urinar. Acredita-se que 18% das gestantes desenvolvem a doença durante a gravidez e o pré-natal é a melhor forma de prevenir, acompanhar e ter orientações para um tratamento adequado. Para ajudá-la, respondemos às 10 principais perguntas sobre diabetes gestacional.


1. O que é diabetes gestacional?

Se você está grávida, nunca teve diabetes e apresenta níveis elevados de glicose (açúcar) no sangue (em geral no segundo ou no terceiro trimestre), isso quer dizer que você pode ter diabetes gestacional. A insulina, hormônio produzido pelo corpo, pode não estar trabalhando o bastante para passar a glicose do sangue às células, onde pode fornecer energia. A maioria das mulheres com diabetes gestacional deixa de apresentar essa condição imediatamente após o parto. Por isso, acredita-se que os hormônios da gravidez sejam a causa de tudo. Mas é possível que uma mulher que teve diabetes gestacional pode vir a ter diabetes no futuro. Por isso, sempre consulte seu médico para exames de rotina e acompanhamento.

2. Como as mulheres desenvolvem o diabetes gestacional?

Os cientistas, na verdade, não têm uma resposta definitiva para essa pergunta. Sabem apenas que haverá maior probabilidade de desenvolver diabetes gestacional se você:

Esses fatores contribuem para a possibilidade de você ter diabetes gestacional, mas somente um médico pode dar o diagnóstico correto.

  • for obesa; 
  • tiver histórico familiar de diabetes (mãe, pai, irmão ou irmã com diabetes); 
  • já tiver tido filhos que nasceram com mais de 4 kg; 
  • já tiver tido diabetes gestacional em gravidez anterior ou outras complicações durante a gestação; 
  • tiver 35 anos de idade ou mais.


3. Até que ponto o diabetes gestacional é comum?

O número de mulheres com diabetes gestacional vem aumentando no mundo todo. Os cientistas não sabem o motivo, mas alguns grupos raciais e étnicos tendem a apresentar taxas maiores de diabetes gestacional. O número crescente de mulheres obesas ao engravidar pode ser parcialmente responsável pelo fato.

4. Posso fazer alguma coisa para reduzir o risco de desenvolver diabetes gestacional?

Sim. Embora alguns fatores, como idade ou histórico familiar, estejam fora de seu controle, a boa notícia é que há medidas que você pode tomar para reduzir o risco de desenvolver diabetes gestacional.

1. Mantenha um peso saudável: antes de engravidar, mantenha um peso saudável e durante a gravidez monitore o ganho de peso. Os principais cientistas concordam com o fato de que o aumento excessivo de peso durante a gestação não é saudável nem para você nem para o bebê. E pode influenciar diretamente no tamanho do recém-nascido. Algumas mulheres, cujo peso aumenta excessivamente durante a gestação, podem achar que fazem o melhor para o bebê, mas estudos observaram que o ganho extra de peso durante a gestação eleva os riscos de desenvolver diabetes gestacional.

2. Continue ativa: mesmo que você não fosse particularmente ativa antes da gravidez, nunca é tarde para iniciar a prática de exercícios durante a gestação. Estudos recentes demonstraram que um estilo de vida moderadamente ativo é saudável para as grávidas. Como sempre, se não tiver certeza do que é seguro para você, consulte seu médico.

3. Mantenha uma dieta balanceada: observe o que você coloca em seu prato e também o tamanho das porções. A ingestão de quantidades adequadas dos seis grupos de alimentos (frutas, grãos, hortaliças, carnes/peixes, leguminosos e laticínios) fornecerá as calorias e os nutrientes de que seu corpo precisa na preparação para a gravidez e para a saúde de seu futuro filho.

4. Converse com o seu médico sobre o uso de mioinositol e de probióticos: pesquisas recentes sugerem que a suplementação de mioinositol pode ajudar na redução do risco de desenvolver diabetes gestacional, sobretudo se você pertencer ao grupo de alto risco. A forma exata pela qual o mioinositol atua ainda não foi totalmente explicada, mas alguns dados científicos sugerem que seu uso pode melhorar a capacidade dos tecidos (músculos e tecidos adiposos) de absorver glicose do sangue para as células, onde a glicose fornece energia. O mioinositol é encontrado naturalmente em células animais e vegetais, assim como em muitas frutas e hortaliças frescas. A suplementação de alguns probióticos pode ajudar a balancear as bactérias do trato digestivo, e há algumas evidências sugestivas de que tipos específicos de probióticos podem desempenhar papel importante na redução do risco de desenvolver diabetes gestacional. Converse com seu médico para entender mais e definirem juntos as melhores opções para o controle da diabetes gestacional.

5. Existe um teste para diabetes gestacional?

Sim, a maioria dos profissionais da saúde realiza um exame de sangue rotineiro de triagem, entre as semanas 24 e 28 da gravidez, para verificar se há ou não diabetes gestacional. Isso se deve ao fato de que muitas mulheres não têm nenhum dos fatores de risco conhecidos e não apresentam sintomas. Se você tiver risco mais elevado, talvez seu médico recomende o teste antes desse período.

6. Se eu desenvolver diabetes gestacional, vou ter que tomar medicamentos?

Não necessariamente. É importante saber que o diabetes gestacional pode ser controlado com sucesso, e algumas alterações de dieta, bem como a prática de exercícios, são em geral suficientes para manter o nível de glicose em uma faixa saudável, embora algumas vezes o uso de medicamentos também seja necessário. Converse com seu médico para encontrarem juntos a melhor opção para você.

7. O diabetes gestacional pode prejudicar meu filho?

Se o diabetes gestacional não for controlado e o nível de glicose permanecer muito alto, essa glicose extra atravessará a placenta e chegará ao feto em desenvolvimento. Se houver glicose extra no sangue do bebê, isso forçará o organismo dele a produzir mais insulina. A glicose e a insulina excessivas produzem gordura e podem levar o feto a crescer demais, especialmente na parte superior do corpo. A insulina extra produzida pelo feto também pode levar o recém-nascido a apresentar baixo nível de glicose no sangue, o que exigiria atendimento médico.

8. Mas um recém-nascido grande não é sinal de boa saúde?

Essa é uma confusão comum. Podem haver alguns riscos para a saúde se o feto for grande demais. Os fetos maiores podem ter dificuldade durante o período intrauterino e na passagem para o canal de parto, além de outras complicações ao nascer. Após o parto, alguns recém-nascidos grandes têm maior risco de desenvolver problemas respiratórios.

9. Diabetes gestacional pode afetar o crescimento da criança?

Pode, se não for controlado. Se você apresentar níveis sanguíneos elevados de glicose durante a gestação, haverá maior probabilidade de que o recém-nascido seja grande. Os bebês considerados grandes ao nascer correm risco maior de apresentar excesso de peso na infância. As crianças com excesso de peso, por sua vez, enfrentam maior risco de obesidade na idade adulta.

10. Quais medidas tomar caso apresente diabetes gestacional?

Converse com seu médico e discutam a possibilidade de seguir o plano de seis etapas apresentado abaixo para ajudar a controlar o diabetes gestacional.

1. Saiba o nível de glicose do seu sangue: pergunte ao médico qual é a melhor forma de monitorar a glicose sanguínea e qual seria a faixa de glicose recomendável para você antes de comer pela manhã e após as refeições;

2. Siga uma dieta saudável: cada pessoa é diferente, portanto peça a um nutricionista para preparar um plano de refeições personalizado, para você ingerir as calorias e os nutrientes (especialmente carboidratos, proteínas e gorduras) de que seu corpo precisa;

3. Mantenha um ganho de peso adequado durante a gestação;

4. Continue a praticar exercícios moderados, de acordo com as orientações de seu médico;

5. Tome somente os medicamentos que foram receitados para você;

6. Compareça a todas as consultas para que seu médico possa acompanhar e monitorar o crescimento do feto.