
Engatinhar é bom? Incentive o bebê antes dos primeiros passos
Quando a gente menos espera, o bebê já está começando a desbravar o ambiente. Afinal, engatinhar é importante? Entenda sobre isso aqui!
- Riscos de apressar o desenvolvimento
- Ligação entre engatinhar e outras capacidades motoras
- Relação entre engatinhar e o desenvolvimento neurológico
Introdução
Ver o bebê começar a engatinhar pelo chão da sala, com as mãozinhas e os joelhos no chão, aquece o coração de qualquer mãe, pai ou responsável, não é?
Essa etapa faz parte do desenvolvimento físico da criança e gera diversos benefícios para o crescimento.
Se seu filho está começando a engatinhar ou está quase lá, saiba como estimulá-lo corretamente, transmitindo mais segurança.
Com quantos meses o bebê costuma começar a engatinhar? Em média, os bebês começam a engatinhar entre 7 e 9 meses. Mas o tempo de cada criança varia (e alguns até pulam essa etapa!).
Quais são os benefícios de engatinhar?
Engatinhar proporciona diversos benefícios para o crescimento do bebê. Essa movimentação desenvolve a força, a coordenação motora e o equilíbrio. Ela também ajuda no fortalecimento dos ligamentos das mãos, braços e ombros.
Esse tipo de coordenação motora, a coordenação motora fina, será importante lá na frente, quando a criança começar a escrever.
Além disso, engatinhar fortalece a coluna, ajuda na percepção de espaço e profundidade do bebê e estimula a concentração.
Ligação entre engatinhar e outras capacidades motoras
O desenvolvimento global da criança está ligado com o ato de engatinhar, pois ele fortalece os músculos de partes diversas do corpo, costas, braços, pernas, além de trabalhar várias capacidades da criança em um momento muito importante, como coordenação motora e equilíbrio.
Com os benefícios de engatinhar, é mais fácil e saudável para a criança desenvolvimentos futuros que envolvem ações como andar, correr, pular, além de ser um passo fundamental para os primeiros passos dela serem dados de forma mais segura e benéfica.
As habilidades manuais também se desenvolvem engatinhando, porque a criança usa elas na exploração do espaço à sua volta e pegando objetos enquanto engatinha, garantindo maior destreza para ela no seu crescimento.
Relação entre engatinhar e o desenvolvimento neurológico
Partes do cérebro da criança também são desenvolvidos durante o engatinhar, como o córtex motor e o córtex sensorial, áreas do cérebro responsáveis por desenvolver a coordenação motora fina e grossa, além de capacidades sensoriais e de equilíbrio da criança. Mais que isso, o ato de engatinhar estimula que os dois hemisférios do cérebro se conectem, o que beneficia a própria linguagem da criança.
Além disso, a visão da criança também se beneficia do engatinhar, pois ela os usa o tempo todo no seu movimento nessa fase, identificando objetos, distâncias, aprendendo movimentos de desvio e direcionamento.
Meu bebê não engatinha! E agora?
Algumas crianças pulam a fase de engatinhar, é verdade. Em geral, não há nada de errado nisso, mas vale acompanhar sempre com o pediatra o desenvolvimento muscular do bebê.
O sinal de alerta deve ser ligado se o bebê não conseguir ficar sentado ou sustentar o peso do pescoço até os 9 meses. Outro indicativo para ficar de olho é se você segura o bebê para ficar em pé e ele não firma o pé no chão. Nesses casos, é importante consultar o pediatra.
Agora, se seu bebê tem entre 7 e 9 meses, fica firme, e só não engatinha, você pode incentivá-lo aos poucos. Confira as dicas:
Como estimular meu filho a engatinhar?
Algumas dicas para desenvolver aquele grupo de músculos utilizados no ato de engatinhar e para incentivar essa fase são:
-Deixar o bebê deitado de barriga para baixo, quando possível. Estar nessa posição ajuda a fortalecer os ombros. Um complemento é colocar alguns brinquedos na frente dele e incentivá-lo a buscar.
-Mas não se esqueça de que os objetos precisam estar dentro do campo de visão dele, mas não ao alcance das mãos! Assim ele tem mais interesse e precisa chegar perto para buscá-los.
-Posicione um espelho apoiado no chão, na sua frente. Em seguida, é só deixar que ele tente se aproximar do reflexo. Para maior segurança, o ideal é que o espelho seja de acrílico.
-Algo que os bebês amam é quando pegamos eles no colo, suspendendo-os pela cintura. Isso não só é divertido para eles como também ajuda a desenvolver a musculatura do abdômen.
-Outra forma de estimular o engatinhar é engatinhando você também. É normal que eles queiram imitar os adultos, e essa é uma forma de mostrar como eles podem se movimentar.
-Aos poucos, eles podem tentar repetir essa ação. Caso seja muito complexo para o bebê, até mesmo as tentativas que consistem em tentar engatinhar apenas apoiando a barriga já são perfeitas para fortalecer os músculos.
Dicas para a criança engatinhar com segurança
Na hora de engatinhar, a criança começa a explorar o ambiente. Se antes ela ficava limitada ao lugar em que você a deixou, agora a casa é um mundo inteiro a ser desbravado!
Por isso, precisamos nos atentar ainda mais a eles e ao nosso lar para garantir a segurança dos nossos filhos. Com cuidado, podemos minimizar as chances de acidentes.
Engatinhar, sempre no chão! Assim, o bebê não corre risco de cair de cima de um ponto mais alto. Você pode usar um tapete que tenha estampas ou outros estímulos visuais para que a experiência seja mais interessante para o pequeno explorador.
Outra dica é tomar cuidado com o espaço disponível: observe se existem locais que você não quer que ele chegue, como escadas ou cômodos específicos. Vale investir em grades e portões infantis, além de trava-armários e protetores de tomadas e de quinas de móveis.
Importante: A Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda o uso de andadores.
Riscos de apressar o desenvolvimento
Cada criança e cada etapa do desenvolvimento da criança, tem o seu tempo e momento correto para evoluir e adquirir novas capacidades. Naturalmente, forçar um desenvolvimento precoce da criança, antes que ela ou o seu corpo estejam prontos, pode ser mais prejudicial do que benéfico à saúde dela.
Por exemplo, quando os pais ou cuidadores querem acelerar o processo dos primeiros passos da criança, antes mesmo de ela ter se habituado com o engatinhar. Essa atitude força músculos ainda não trabalhados pelo corpo da criança, além de exigir uma capacidade de equilíbrio e resistência que ela pode ainda não ter desenvolvido. Como consequência, as crianças podem desenvolver problemas de posturas a longo prazo, prejudicando sua qualidade de vida.
O uso de andadores, por exemplo, é bem comum de ser visto, por pais que querem ajudar a criança a andar mais rápido. Mas o engano é que essa ação não ajuda a criança. O andador limita o movimento da criança e impede que ele desenvolva suas capacidades por conta própria, sem um apoio que não seja a estrutura do seu corpo, atrasando o desenvolvimento.
Se os pais tiverem paciência e darem o tempo que a criança precisa, ela pode fortalecer seus músculos, aprendendo os movimentos livre e naturalmente, encorajando a independência e consciência da criança sobre o próprio corpo.
As dicas não substituem uma consulta médica. Consulte um profissional de saúde para obter orientações individualizadas.