Pai e filho cozinham juntos como uma homenagem de dia dos pais. O pai está mexendo uma panela e o filho, ao seu lado, o ajuda.

Homenagem de Dia dos Pais. Mas o que é ser pai, afinal?

Todas as etapas
Artigo
Maio 9, 2025
11mins

Ser pai é a soma de diversas posturas e atitudes, e a principal delas é envolver-se ativamente na vida dos filhos.

Introdução

O pai é mais do que ser genitor (aliás, nem precisa ser genitor, não é?) e vai muito além de ser o provedor da família (estamos em 2021, afinal de contas).

Na verdade, ser pai é tanta coisa, que foi preciso reunir algumas histórias de pais da nossa equipe para tentar responder. Vem com a gente?

Começa com um fato que acabou de acontecer. Um pai da nossa equipe mandou uma mensagem: “vou ter que atrasar a entrega do texto porque meu filho está resfriado e muito demandante hoje. Não para de me chamar. Tudo bem?”. O home office, enfim.

“Tudo certo. É preciso normalizar a paternidade”, respondeu uma das editoras – que também tem filho. É isso: além das atividades profissionais, temos compromisso com nossas crianças – sejamos casados ou não. Essa dupla jornada não pode ser só coisa de mãe.

Não é fácil, mas tem suas recompensas. Junto com os perrengues, vem também muito carinho e aprendizado. Ainda é um privilégio, estamos cientes. Mais de cinco milhões de crianças brasileiras não têm sequer o nome do pai na certidão de nascimento. Quem dirá ter a presença paterna na vida.

Não somos heróis, não sabemos tudo, mas estamos aprendendo para responder a pergunta lá do início. O que é ser pai, afinal? Vem ver o resultado da conversa da nossa roda (virtual) de pais:

Quando a gente se torna pai?

A paternidade começa já no momento da descoberta da gravidez. Pai em gestação, pai recém-nascido, pai em fase de crescimento. Desde o início, os pais acompanham a aventura dos filhos e aprendem junto com eles.

Quem embarcou nessa jornada sem volta sabe que, desde o resultado positivo no teste, começa aquela torrente de sentimentos. Preocupações e incertezas, sim, mas também muito amor e vontade de cuidar e proteger – e a ansiedade pelo momento de ter aquele bebê nos braços e enchê-lo de carinho.

Ser pai é estar presente, é se envolver

Nas palavras do Felipe, pai da Antônia, de 3 anos , “ser pai é acordar de madrugada para trocar uma fralda, mas ganhar um beijo em troca. É dormir pouco, mas acordar disposto. Ser pai é saber que faz o melhor que pode. É se irritar quando a filha não quer escovar os dentes, mas ficar feliz demais quando ela pede um abraço. Ser pai é brincar correndo pela casa depois de um dia cansativo, mas ficar ansioso por essa hora”.

Essa presença no dia a dia é muito importante. Valorizar e reconhecer o que é importante na vida da criança. Quem são os amiguinhos e amiguinhas da escola? Do que eles brincam? Qual é o desenho favorito do seu filho? E o lanche predileto? Vamos para a cozinha juntos? Melhor ainda: que tal prepararmos o lanche e depois comermos enquanto assistimos, juntos, ao desenho favorito?

Ah, mas e o tempo para tudo isso? É, o tempo é um problema para muitos pais. Temos uma rotina corrida, cheia de compromissos e tarefas que muitas vezes preferimos não ter. Aqui, é preciso uma conversa franca e aberta com a criança. Olha só, o papai não pode agora, por causa do trabalho, mas vamos brincar depois?

A presença também não precisa ser sempre física. Você não pode ir ao ginásio ver o jogo do time da filha porque precisa trabalhar? Sua atleta favorita certamente se sentirá apoiada se você preparar um café da manhã especial para ela mais cedo e se telefonar depois do jogo perguntando como foi. E, quando voltar para casa ao fim do dia, você pode abraçá-la para celebrar a vitória ou para dar força para seguir em frente após uma derrota.

Impactos da paternidade no desenvolvimento infantil

A construção do relacionamento pai-bebê durante a rotina diária é fundamental para o desenvolvimento infantil. Através do cuidado físico e emocional, como a alimentação, banho e troca de fraldas, o pai estabelece um vínculo afetivo com o bebê, fortalecendo a relação e transmitindo segurança e tranquilidade.

Além disso, o pai desempenha um papel importante no desenvolvimento emocional das crianças. Sua presença traz equilíbrio na expressão de emoções, ensinando a lidar com as frustrações e estimulando a auto expressão emocional saudável. O envolvimento paterno também contribui para a construção de habilidades socioemocionais, como empatia, resiliência e autocontrole.

Ser um pai é um eterno aprendizado

Ninguém nasce sabendo ser pai, assim como ninguém poderá dizer que já aprendeu tudo sobre a paternidade. Os pais, assim como os filhos, estão em fase de crescimento, aprendendo junto com as crianças ao longo dessa jornada.

Hoje em dia, com incontáveis fontes de informação ao alcance de um clique, esse aprendizado ficou muito mais fácil. Quando você imaginou que se tornaria quase um especialista em marcas de fralda ou em calendário de vacinas da infância?

Ser pai não é saber tudo, mas é sempre procurar saber mais sobre tudo relacionado aos filhos. Não precisamos ter todas as respostas, mas sempre estar dispostos a procurá-las.

Desafios da paternidade a cada faixa etária

A paternidade apresenta diferentes desafios em cada faixa etária dos filhos. Na primeira infância, o pai enfrenta a responsabilidade de cuidar de um bebê frágil e indefeso. Os principais desafios incluem a falta de sono, as constantes trocas de fraldas e as noites em claro para acalmar o choro do bebê. Além disso, é importante garantir a segurança do bebê em todos os momentos, principalmente quando ele começa a explorar o ambiente.

Na infância, o pai tem o desafio de lidar com a formação dos filhos. Nessa fase, é necessário ensinar valores, disciplina e promover o desenvolvimento emocional e social dos pequenos. Os principais desafios são encontrar métodos de educação eficazes, estabelecer limites e ensinar a importância da responsabilidade. Além disso, proporcionar momentos de diversão em família é essencial para fortalecer os laços afetivos.

Já na adolescência, o pai enfrenta a necessidade de conciliar a autonomia do filho com a necessidade de orientação e acompanhamento. Os desafios incluem lidar com mudanças hormonais, conflitos na relação pais e filhos e a necessidade de estabelecer diálogos abertos para tratar de questões como sexo, drogas e escolhas de vida. O pai também deve estar atento às influências externas e ajudar na construção do futuro dos filhos.

Ser pai é dividir tarefas

Abraçar os afazeres do dia a dia é uma demonstração de envolvimento e de amor. Além de sentir-se cuidada pelo pai, a criança aprende, pelo exemplo, a importância da cooperação e da soma de esforços.

Tarefa doméstica é coisa de homem. O cuidado dos filhos, também. Trocar fraldas, dar banho, arrumar para passear. E os tênis, estão deixando de servir? Hora de comprar novos. Já está na época de levar na consulta com a pediatra? E lembre-se de providenciar os lanchinhos para a festa na escola, papai.

Ser pai também é lavar a louça. É entreter as crianças enquanto a mãe participa de uma reunião virtual no home office. É repor o estoque de lenços umedecidos. E saber que fazer tudo isso não nos torna superpais; faz de nós apenas pais.

A Importância da Paternidade Responsável

A Paternidade Responsável é de extrema importância na sociedade atual, pois está diretamente ligada ao desenvolvimento saudável e equilibrado das crianças, bem como ao fortalecimento dos laços familiares. O conceito de Paternidade em Construção, por sua vez, refere-se à ideia de que a paternidade é um processo contínuo, que exige responsabilidade e comprometimento afetivo por parte dos pais.

No contexto atual, observamos uma tendência de queda no número de nascimentos em diversos países. Isso se deve a fatores como mudanças nos valores familiares, maior conscientização sobre planejamento familiar e o impacto das demandas profissionais e financeiras na vida dos casais.

Nesse sentido, a Paternidade Responsável desempenha um papel fundamental. Ela implica na conscientização dos pais sobre a importância de exercerem seus papéis de forma ativa, participativa e comprometida, tanto emocional quanto financeiramente. Isso inclui tomar decisões conjuntas com a parceira sobre o momento de ter filhos, cuidar da saúde durante a gestação, participar ativamente dos cuidados com o recém-nascido, estar presente na criança durante seu crescimento e desenvolvimento, entre outros aspectos.

Além disso, a Paternidade Responsável possibilita um movimento evolutivo na concepção de família, estimulando a igualdade de gênero, a parceria entre pais e mães e a construção de relações sólidas e saudáveis. Ela contribui para o fortalecimento do vínculo familiar, proporcionando um ambiente seguro e amoroso para o desenvolvimento dos filhos.

Ser pai é não ter medo de falar de sentimentos – ou de demonstrá-los

Um dos aprendizados mais importantes para uma criança é lidar com os próprios sentimentos. Muitos pais, pela forma como foram criados, não puderam aprender isso da forma mais adequada e, para eles, a paternidade é uma segunda chance de trabalhar essas questões.

Também é muito importante que os pais validem os sentimentos dos filhos. Ninguém escolhe ficar triste ou com raiva; a gente simplesmente sente, não é mesmo? Cabe aos pais conversar com os filhos sobre o que eles estão sentindo e como eles podem lidar com isso.

Essa é uma oportunidade para gerar identificação e empatia. Dizer: “Está tudo bem. Sabia que o papai também se sente assim às vezes?” é muito melhor do que tentar reprimir os sentimentos da criança.

Ser pai também é ensinar a assumir o protagonismo. Nosso colega Rodrigo, pai da Alice, de 1 ano de idade, assim expressa essa relação: “Desde que soube que seria pai de menina, sempre tive claro que meu objetivo seria mostrar para ela o mundo lá fora e deixá-la preparada para tomar suas próprias decisões. Que ela teria o poder de fazer e ser o que quiser. O diálogo, o amor e o acolhimento movem nossa relação“.

Importância de laços emocionais fortes para a criança

Laços emocionais fortes desempenham um papel fundamental no desenvolvimento saudável da criança. Essas conexões afetivas são cruciais para o bem-estar emocional, cognitivo e social da criança, e podem ter um impacto duradouro em sua vida.

Os laços emocionais fornecem uma base sólida para a criança se sentir amada, segura e valorizada. Eles ajudam a construir uma sensação de confiança e autoestima, permitindo que a criança explore e se desenvolva de maneira saudável. Além disso, laços emocionais fortes criam um ambiente acolhedor que encoraja a comunicação aberta, o respeito mútuo e o apoio emocional.

No contexto da barriga solidária, a exigência de parentesco feita pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) destaca a importância desses laços emocionais na gestação. Isso se deve ao fato de que a gestante é uma figura central na vida da criança, vivenciando sua formação desde o início.

O CFM considera que o parentesco afetivo é essencial para garantir que a criança tenha uma base segura e amorosa durante a gestação e nos primeiros momentos de vida.

No entanto, é válido destacar que, mediante autorização do CFM, também é possível que outras pessoas atuem como barrigas solidárias. Essa autorização se dá através da avaliação criteriosa das condições emocionais, físicas e de saúde dessas pessoas, garantindo que elas possam oferecer os mesmos benefícios de um vínculo afetivo forte para a criança.

Ser pai é ensinar pelo exemplo

O comportamento dos pais pode ensinar muito mais aos filhos do que as palavras. As crianças se inspiram nos hábitos e no modo de ser dos seus adultos de confiança.

Por isso, um pai sempre deve estar ciente de que está sendo observado pelos filhos e que eles estão aprendendo com seu comportamento.

Quer que seus filhos ajudem nas tarefas domésticas? A melhor maneira de ensiná-los é envolvendo-se nisso também. Quer que as crianças tenham hábitos alimentares saudáveis? Comece a se alimentar de um jeito saudável.

A forma mais eficaz de educar filhos com atitudes que você valoriza é você mesmo adotar essas atitudes.

Estereótipos da paternidade que devem ser evitados

Os estereótipos da paternidade são representações culturais que muitas vezes limitam a experiência paterna, reforçando expectativas que fogem da realidade e contribuindo para a desigualdade de gênero. Para promover uma paternidade mais inclusiva e igualitária, é importante identificar e evitar esses estereótipos.

Um estereótipo comum é o de que os pais devem ser fortes e não demonstrar vulnerabilidade emocional. Isso limita a oportunidade dos pais expressarem seus sentimentos, dificultando sua conexão emocional com os filhos e privando-os de um modelo saudável de masculinidade. Superar esse estereótipo envolve encorajar os pais a serem honestos sobre suas emoções e a demonstrar compaixão e empatia.

Outro estereótipo é o de que as responsabilidades domésticas e de cuidado infantil são exclusivamente atribuídas às mães. Essa expectativa cultural causa desequilíbrio nas tarefas parentais e reforça a ideia de que a paternidade é secundária. Para superar essa limitação, é fundamental quebrar o estereótipo e incentivar a participação ativa e igualitária dos pais nas tarefas domésticas e no cuidado dos filhos.

A quebra desses estereótipos é importante para promover uma paternidade mais inclusiva e igualitária. Isso não apenas beneficia os pais, permitindo-lhes vivenciar plenamente a experiência de ser pai, mas também beneficia as mães e as crianças, proporcionando-lhes relações mais saudáveis e harmoniosas. A promoção de uma paternidade igualitária contribui para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, onde ambos os gêneros têm as mesmas oportunidades e responsabilidades parentais. É essencial redefinirmos as expectativas sociais e culturais sobre a paternidade, para que pais e mães possam vivenciar essa experiência de forma plena e inclusiva.

Ser pai é um monte de coisas, um conjunto de atitudes e valores, e o principal é: ser pai é assumir a responsabilidade de cuidar dos filhos.

Fica ainda nosso desejo de que cada vez mais pessoas normalizem o cuidado como “coisa de homem”. E que pai também precisa de rede apoio. Estamos todos em fase de crescimento.

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