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Criação com apego: o que é e como inserir na vida dos seus filhos?

Ainda está perdida e não sabe como implementar isso na sua rotina? Vem que a gente te explica!

5mins para ler Abr 21, 2021

Você já ouviu falar de criação com apego? Essa técnica está conquistando cada vez mais os corações de alguns pais e mães. Baseada em oito pilares fundamentais, a criação com apego é uma filosofia de criação e educação de crianças que visa um contato mais respeitoso, com afeto e buscando sempre o vínculo intenso entre pais e filhos. O resultado? Crianças mais seguras de si, emocionalmente bem-resolvidas e independentes.

A regra é o que se encaixar à você

É muito importante ter em mente que, embora a criação com apego seja baseada em oito pilares fundamentais, não é necessário que você siga todos os oito passos para que se considere parte desse estilo de criação. Os pilares são feitos para te orientar em como proceder na maioria das situações, mas é ideal que eles se encaixem na rotina da sua família e das prioridades que vocês têm em comum. Não se obrigue a seguir tudo o que é descrito: a regra é não ter regras.

  1. Preparando para a gestação, nascimento e criação

Nos princípios da criação com apego, é muito importante que os pais estejam preparados para receber a criança - o pré-nascimento também faz parte da criação. Se você tem ou teve problemas com os seus pais, principalmente relacionados à infância, é primordial que você os resolva (e se precisar de terapia para isso, não tem problema algum pedir ajuda, ok?). Elaborar um plano de parto, decidir sobre a melhor forma de participar e viabilizar opções como a doulagem e o parto natural são pontos essenciais para se preparar para o nascimento. Estude sobre o bebê e sobre a paternidade e a maternidade, a fim de se tornar um pai ou mãe melhor.

  1. Alimentando com amor e respeito

A amamentação é uma das partes mais intrínsecas no cuidado com o bebê, e a criação com apego leva isso muito a sério. Para além de nutrir, amamentar também é cuidar, proteger, passar confiança, segurança e amor. Por isso, amamentar em livre demanda e de forma prolongada, ou seja, para além de um ano ou mais, são formas de criar com apego também. Evite também mamadeiras ou chupetas, procurando saber quais prejuízos esses utensílios podem acarretar à saúde dos pequenos.

  1. Respondendo com sensibilidade

Um ponto super polêmico da criação com apego diz respeito a responder às necessidades da criança, por exemplo, ao choro do bebê. Muita gente acredita que o ideal para os pequenos seja “deixá-los chorar” para que não fiquem mimados ou mal-educados. A criação com apego, no entanto, entende que o choro é uma comunicação eficiente e a única conhecida por eles, e que se choram e não recebem resposta alguma, ficam estressados, angustiados e ansiosos, além de gerar um estresse emocional torturante. Esteja aberto aos sinais que o bebê dá, ou até mesmo aos rompantes de raiva da criança maior: a criança deve ser confortada e segurada, não punida.

  1. Usando o contato afetivo

A criação com apego acredita que o contato pele com pele é rico e benéfico tanto para a criança quanto para os pais. Para fortalecer esse laço, são utilizados recursos como o sling de argolas e wraps para carregar as crianças, mantendo-as próximas ao corpo de seus cuidadores. Do mesmo modo, banhos no colo, carinhos, abraços e massagens também fazem parte do contato afetivo. A criação com apego desaconselha o uso de instrumentos que, ao contrário, afastam a criança fisicamente, como carrinhos e carregadores plásticos.

  1. Garantindo um sono seguro, física e emocionalmente

A hora de dormir para muitos pequenos acaba sendo um momento de insegurança, principalmente para os recém-nascidos. Por isso, garantir um sono tranquilo e principalmente passar confiança para a criança é vital. Um artifício muito comum entre os criadores com apego é o co-sleeping, que consiste em dormir mais próximo, tanto com um berço ou moisés anexo a cama como a cama compartilhada, onde os bebês dormem junto com os pais. O ato de dormir junto tranquiliza, acalma e dá serenidade à criança e a muitos pais também.

  1. Provendo cuidado consistente e amoroso

A máxima do “quem ama, cuida” é fundamental por aqui. A criança precisa sentir que está sendo cuidada e amada, principalmente. É claro que, com a rotina dos dias atuais, muitas vezes fica difícil cuidar dos pequenos em tempo integral, e, para isso, é necessário que a criança seja cuidada por alguém por quem tenha laços afetivos reais e sinceros. A troca de babás ou cuidadoras temporárias é prejudicial e acaba não estabelecendo a segurança emocional que a criança precisa. Sempre lembre: enquanto estiver cuidando da criança, dê prioridade e atenção a ela. A creche pode e deve ser pensada, mas sempre com cuidado e respeitando os limites da criação com apego.

  1. Praticando a disciplina positiva

Como é de se esperar, crianças fazem pirraça, birra e precisam ser disciplinadas. Para uma criação que visa o respeito mútuo, muitas vezes, essa pode ser a parte mais difícil, porém é uma das mais importantes. A disciplina positiva, no entanto, entende que a educação deve ser preventiva ao invés de punitiva, e deve ser respeitosa acima de tudo, tratando a criança como gostaríamos de ser tratados. Baseado no exemplo e no diálogo, a disciplina positiva pode ser aplicada levando a criança a refletir sobre os seus erros ao invés de castigá-los. Use palavras afirmativas, evitando o “não” para tudo e principalmente: nada de palmadas. Castigos físicos não educam!

  1. Mantendo o equilíbrio entre a vida pessoal e familiar

Se você chegou até aqui achando que a criação com apego pode ser uma opção para você, é importante ficar atento a esse ponto: seu trabalho e vida pessoal devem ser tão importantes quanto seu lar e sua vida familiar. Esse equilíbrio deve existir e se não é alcançado, deve ser buscado incessantemente. Trabalhar com a divisão do seu tempo implica também em estabelecer prioridades, e os filhos, segundo a criação com apego, são a maior delas. Estabeleça uma rede de apoio sólida, conserve amizades que realmente entendam o que você passa - como outros pais ou mães - e, se for o caso, separe um tempo para vocês dois. É importante que um dos lados da balança não seja privilegiado, ou pode acabar sobrecarregado.