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Reforçar as Defesas Naturais do seu Filho

Veja como reforçar as defesas naturais do seu filho

3mins para ler Por Camila Freitas , Nutricionista Nov 9, 2017

Entre as grandes recomendações feitas aos pais após o nascimento do bebê, estão as de evitar expor a criança a ambientes fechados que tenham grande quantidade de pessoas, não ter contato com pessoas doentes e até mesmo não exagerar na quantidade de beijos na criança recém-nascida. Todos esses cuidados não são excesso de zelo de uma “avó coruja”. Há uma justificativa real para essa conduta, e vamos explicar o motivo de tais recomendações.

Ao nascer, o bebê tem seu sistema de defesa ainda imaturo e está mais suscetível a infecções por vírus e bactérias. Como forma de reverter tal quadro, a natureza desenvolveu meios de defesa contra essa suscetibilidade: a passagem de anticorpos pela placenta durante a vida intrauterina e, após o nascimento, a ingestão do colostro e do leite materno.

A importância da amamentação no amadurecimento dos sistemas de defesa do bebê

O colostro, secreção produzida pelo peito da mãe, tem coloração amarelada e aparência “aguada”; começa a ser secretado lentamente nas últimas semanas da gravidez e continua após o parto. Sua concentração atinge o ponto ótimo entre o primeiro e o quinto dia depois do parto; após esse período éproduzido o leite maduro. O colostro funciona como imunização passiva: a mãe passa anticorpos ao filho, e esses anticorpos protegem o recém-nascido.

O amadurecimento do sistema imune se intensifica com a continuidade da amamentação exclusiva até os 6 meses de idade. O leite maduro, além de anticorpos, contém prebióticos, carboidratos não digeríveis que estimulam o crescimento e a atividade das bactérias benéficas do trato intestinal. Essas bactérias benéficas – lactobacilos e bifidobactérias –, conhecidas como probióticos, povoam o intestino do bebê e contribuem para melhorar a ação do sistema imune e reduzir o risco de infecções e alergias alimentares futuras.

A introdução alimentar cuidadosa é fundamental para manter a imunidade sob controle

Após os 6 meses de vida do bebê, o controle da musculatura do tronco e o aumento da força muscular favorecem a habilidade de sentar-se, o que significa ver o mundo na posição ereta e finalmente ter as mãos livres para explorá-lo. O ato de pegar os objetos e colocá-los na boca representa maior contato com vírus e bactérias presentes no ambiente, o que intensifica a necessidade de manter a imunidade fortalecida.

Nesse período, outros alimentos, além do leite materno, começam a ganhar espaço na vida do bebê. 

São múltiplas as ações de defesa da microbiota do intestino em equilíbrio. Há a produção de substâncias que têm ação antimicrobiana, o estímulo à produção de anticorpos locais e a manutenção de pH mais ácido, letal para alguns microrganismos, além da competição por nutrientes, fator primordial no controle de patógenos.

Durante ainda o período de alimentação complementar, a partir de 1 ano, para manter o intestino provado por bactérias "do bem" é importante cultivar uma dieta rica em frutas, verduras e legumes e o consumo de alimentos naturalmente ricos em probióticos, como os iogurtes naturais (indicados após 1 ano de idade) ou com adição de lactobacilos.

A prevenção de infecções e a manutenção da saúde estimulam o pleno crescimento e desenvolvimento da criança e abrem espaço para um aprendizado contínuo e rico.

As dicas não substituem uma consulta médica. Não deixe de consultar o pediatra de seu filho para obter orientações individualizadas.

Camila Freitas

Camila Freitas

Nutricionista

Nutricionista

Referências bibliográficas

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção à Saúde. Dez passos para alimentação saudável: guia alimentar para crianças menores de dois anos. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010.

  • CHANDRA, R. K. Nutrition and the immune system: an introduction. Am J Clin Nutr. v. 66, p. 460S-3S, 1997.

  • EUCLYDES, M. P. Crescimento e desenvolvimento do lactente. In: Euclydes, M. P. (Ed). Nutrição do lactente. Viçosa, MG: p. 3-80, 2005.